Se você investe no mercado financeiro e tem o hábito de fazer aplicações em renda variável, é bem provável que já tenha se deparado com o termo opções. Mas você sabe exatamente o que ele significa e como utilizar esse tipo de operação para diversificar a sua carteira de investimentos?
É o que contaremos para você neste artigo. Conceitos básicos, características, riscos e como aproveitar as boas oportunidades que o mercado de opções oferece. Vamos lá?
O que são Opções?
Opções são contratos que garantem ao investidor o direito de comprar ou vender um ativo do mercado financeiro – ações, moedas, mercadorias, dentre outros – por um preço fixo em uma data futura pré-determinada.
O nome, inclusive, ajuda a deixar ainda mais clara a essência do conceito. Quando uma opção é adquirida, o que se compra é uma possibilidade (direito), sem que se crie uma obrigação (ela pode ou não ser exercida).
Para facilitar a compreensão, vamos a um exemplo ilustrativo… Imagine que você se apaixonou pelo imóvel de um amigo e gostaria de adquiri-lo dentro de um ano. No momento, o imóvel foi avaliado em aproximadamente 500 mil reais e você acredita que ele vai se valorizar bastante nos próximos meses. Pensando nisso, vocês dois fizeram um acordo. Pagamento de 30 mil reais imediato para que você tenha o direito de comprar o bem, dentro de 12 meses, pelo valor atual de mercado.
A partir daí, são dois os cenários possíveis para você. Caso, dentro de 12 meses o imóvel se valorize e passa a custar, digamos, 650 mil, você, por ter adquirido o direito de pagar os 500 mil combinados em contrato, exerce a opção de compra e faz um excelente negócio (no total de 530 mil… 500 do imóvel + 30 da opção). Agora, caso o imóvel se deprecie e passe a valer 400 mil, você decide minimizar as suas perdas e não exerce a opção adquirida, tendo como único prejuízo os 30 mil que pagou pelo direito (e não os 100 mil referentes à desvalorização).
Em linhas gerais, as opções do mercado financeiro permitem esse mesmo tipo de negociação, porém, dentro da Bolsa de Valores Brasileira, a B3.
Além das opções de compra, ilustradas no exemplo acima, a bolsa também possibilita a negociação de opções de venda. Neste caso, o que se adquire é o direito de vender o ativo escolhido em uma data futura por um preço pré-determinado, com o pagamento da garantia devendo ser feito ao futuro comprador, que obriga-se a adquirir o ativo caso o vendedor não decline a opção.
Normalmente, as opções de compra são as mais negociadas na B3, principalmente por conferirem ao investidor a oportunidade de aquisição – por um valor menor – de ativos com bons indicadores de alta.
Origem e Objetivo do Mercado de Opções
Opções são instrumentos derivativos, ou seja, que têm a sua razão de ser em função de outros ativos do mercado, como por exemplo ações, juros, dólar, ouro, dentre outros, e que se alternam de acordo com as variações desse mesmo ativo.
O objetivo principal deste tipo de operação é oferecer ao investidor mecanismos de proteção (hedge) contra a flutuação excessiva do mercado, uma forma dele planejar e conhecer previamente as suas zonas de ganho e perda com uma operação (originalmente, as opções surgiram como uma forma de proteger os produtores rurais contra a flutuação dos preços de seus produtos e eventos não planejados).
Suas características de funcionamento passaram a atrair também investidores interessados em especular no mercado. Nestes casos, o que observa são, de um lado, investidores acreditando que um ativo tende a se valorizar significativamente em um período de tempo e, do outro, apostando que ela tende a se manter estável ou se desvalorizar.
Termos Chave do Mercado de Opções
Agora que você compreendeu a lógica de funcionamento, vamos te explicar quais são os termos básicos utilizados no mercado de opções, para você se familiarizar com o dia a dia desse tipo de operação.
Titular: Investidor que adquire uma opção e os seus direitos (de comprar ou vender);
Lançador: Investidor que vende as opções e se responsabiliza por assumir os seus compromissos;
Call: Nome dado às opções de compra;
Put: Nome dado às opções de venda;
Prêmio: Valor pago na aquisição dos direitos da opção (aqueles 30 mil que você pagou ao seu amigo pelo direito de compra do apartamento pelo preço atual de mercado);
Ativo Objeto: São as ações, bens ou moedas negociadas no mercado de opções, ou seja, o ativo do qual elas são derivadas;
Strike ou Stike Price: Nome dado ao preço de exercício estabelecido para o Ativo Objeto;
Vencimento: Data em que o direito de compra ou venda de uma opção perde a sua validade. Importante destacar que toda e qualquer opção negociada no mercado possui um vencimento, ou seja, uma data máxima na qual o titular pode exercê-la. Quando ela não é exercida, ela basicamente expira, ou como se costuma dizer no mercado financeiro, “Vira Pó”;
Preço de Exercício: É a quantia paga (ou recebida) pelo titular ao exercer a opção;
Valor Intrínseco: Preço de uma opção na data do seu vencimento;
Estilo Americano: Opções de Estilo Americano são aquelas que permitem o exercício de compra ou venda até a data do vencimento;
Estilo Europeu: Opções que permitem o exercício somente na data de vencimento.
Riscos do Mercado de Opções
Assim como qualquer outro tipo de aplicação em renda variável, o mercado de opções carrega consigo alguns riscos. O primeiro deles – e mais óbvio – reside no fato de que estamos falando em operações futuras, planejadas em cenários previstos que podem acabar não se concretizando.
De toda forma, um dos grandes benefícios desse tipo de investimento é exatamente a possibilidade de calcular melhor os riscos e, no caso de quem adquire o direito de uma opção, aplicar com zonas de ganhos e perdas previamente estabelecidas.
Isso significa que, de forma geral, o maior risco para o titular é o de não exercer o seu direito e perder, na totalidade, o investimento feito no pagamento do prêmio.
Já do outro lado, para o lançador, os riscos podem vir a ser bem maiores. Pensemos juntos… Ao lançar uma opção, o investidor está especulando que o mercado vai caminhar na direção que ele acredita e tem como principal objetivo lucrar com o valor do prêmio, na expectativa de que a opção lançada não seja exercida pelo titular (o que o obrigaria a cumprir a sua parte do acordo).
O grande problema é que, por esse prêmio, ele acaba assumindo para si uma grande obrigação, seja a de vender um ativo por um valor muito abaixo de sua cotação – lembra do seu amigo que vendeu um apartamento de 650 mil por 530 mil? – ou comprar um por um preço muito maior do que ele imaginava pagar.
Outros Riscos que Precisam ser Considerados:
Alavancagem
No mercado de opções, investidores tem a possibilidade de alavancar as suas operações de maneira significativa na tentativa de gerar ganhos substanciais – ou seja, fazer posições com um montante financeiro maior do que tem condições de investir. No caso de dar certo, os ganhos podem ser bastante significativos, no entanto, a mesma lógica vale para o cenário oposto, o que pode acarretar em grandes prejuízos (além da perda com a operação, assume-se a dívida gerada pela alavancagem).
Venda a Descoberto
Outro ponto que também precisa de atenção – e muita – são as vendas feitas a descoberto (lançar opções de compra sem ter posse das ações que se comprometeu a vender no exercício).
Aqui, o contexto é o seguinte. Imagine que o investidor pagou o prêmio ao lançador, que assumiu o compromisso de vender um ativo-objeto, ao preço de exercício de um ativo que ele não possui. Agora imagine que este mesmo ativo foi na contramão do que o lançador imaginava e se valorizou da forma como o titular gostaria, e a diferença do preço a vista e o de exercício ficaram muito maiores do que o prêmio. Além de devolver mais dinheiro do que o valor recebido, nestes casos, o lançador se vê obrigado a adquirir as ações no mercado a vista por um preço mais alto e vendê-la pelo preço combinado lá atrás. Compreendeu o tamanho do risco?
Diante dos Riscos, Vale a Pena Investir em Opções?
Bem, apesar dos riscos que envolvem o mercado de opções – e embora elas soem como um prato cheio para especuladores – esse tipo de operação costuma ser bastante atrativa, principalmente para investidores interessados em proteger as suas posições, evitar grandes oscilações e transferir incertezas para terceiros. Além disso, eles são boas por permitirem ao investidor, com a estratégia correta, ganhar dinheiro seguindo diferentes tendências de mercado (de alta e de baixa).
Vale destacar também que os custos de investimento nesse tipo de operação tendem a ser menores que a média (no final das contas, com boas estratégias é possível obter uma ótima rentabilidade).
E Como Investir no Mercado de Opções?
O processo para começar a investir em opções é bem similar aos outros dois tipos de investimento que apresentamos aqui no nosso blog recentemente – ações e fundos imobiliários. Basta abrir uma conta em um banco ou corretora, transferir o dinheiro, acessar o Home Broker e começar a operar.
No entanto, se você tem pouca experiência no mercado financeiro e pretende mergulhar nessa sozinho, ficam aqui algumas dicas… Estude bastante sobre o assunto, entenda os conceitos, as variáveis e avalie bem todos riscos envolvidos antes de começar, afinal, opções não costumam ser recomendadas para investidores inexperientes.
Outro ponto importante é que você aprenda a identificar quais são os códigos das opções negociadas na Bolsa Brasileira (e que aparecem no seu Home Broker). Eles são compostos por cinco letras e dois ou três números, em uma estrutura de sete ou oito caracteres que identificam o ativo-objeto, o mês de vencimento da opção e o seu preço de exercício, na seguinte lógica:
As quatro primeiras letras se referem ao ativo-objeto do contrato de opção (serão sempre as letras que compõem o ticker do ativo no mercado à vista). O quinto caractere identifica se a opção é de compra ou venda e o mês de vencimento do contrato (para séries de compra, essa letra pode variar de A a L, sendo A referente a janeiro e L dezembro. No caso de venda, o caractere será uma das letras subsequentes do alfabeto, M a X).
Por fim, deixamos aqui a nossa principal dica para você! O mercado de opções é verdadeiramente atraente e pode gerar ótimos ganhos, principalmente se os investimentos forem feitos com o acompanhamento de bons especialistas. Se você se interessou pelo assunto, entre em contato com um de nossos assessores na Lotus Capital. Além do tempo de atuação no mercado de renda variável e um grande expertise com opções, eles contam com o suporte da premiada equipe do BTG Pactual e claro, uma ampla disponibilidade para entender melhor o seu perfil e objetivos e te apresentar as melhores oportunidades de investimento. Será um prazer atendê-lo!
