Skip to main content

Com a redução da Taxa de Juros na economia brasileira (SELIC), boa parte dos investidores nacionais com o perfil mais conservador se viu obrigada a rever suas estratégias em busca de alternativas mais rentáveis para aumentar o patrimônio.

Neste novo contexto, três modalidades de investimento vêm ganhando bastante espaço e chamando a atenção de investidores que desejam manter parte de seus recursos na renda fixa mesmo diante da tendência de queda nas taxas de juros. São elas o CRI, o CRA e as debêntures.

A seguir, explicaremos o significado e a lógica de funcionamento de cada uma delas, para que você seja capaz de tomar as melhores decisões sobre o que fazer com o seu capital. Vamos juntos?

O conceito de renda fixa

Antes de nos aprofundarmos nos conceitos individuais de cada uma dessas aplicações, daremos uma breve explicação sobre o conceito de renda fixa, para facilitar a sua compreensão do todo.

Renda Fixa consiste, basicamente, em um empréstimo feito pelo investidor, pelo qual ele recebe uma remuneração acrescida de juros e correções monetárias. Esses empréstimos podem ser feitos tanto para o governo, quanto para bancos ou empresas. Simples, não é?

Sendo assim, a Renda Fixa pode ser dividida da seguinte forma, dependendo do emissor da dívida:

  • Pública: títulos emitidos pelo governo federal como tesouro SELIC, tesouro prefixado ou tesouro IPCA+;
  • Bancária: títulos emitidos por bancos, como CDB, LCI, LCA e LF;
  • Corporativa: títulos emitidos por empresas, como Certificado de Recebíveis – CRI e CRA – e debêntures (foco do nosso artigo).

CRI, CRA e debêntures: O que significam?

CRI e CRA significam, respectivamente, Certificado de Recebíveis Imobiliários e Certificados de Recebíveis do Agronegócio. O CRI é um investimento destinado a financiar transações do mercado imobiliário e o CRA, por sua vez, transações do agronegócio.

Vamos a um exemplo. Imagine que uma empresa de um desses dois setores realizou vendas parceladas, mas precisa do dinheiro à vista para financiar as suas operações. Neste cenário, com o auxílio de uma companhia securitizadora, ela estrutura a sua dívida e transforma os créditos a receber em títulos negociáveis no mercado financeiro.

As debêntures, por sua vez, representam a emissão da dívida de empresas em formato de títulos que podem ser adquiridas como forma de investimento, em troca de uma remuneração previamente combinada. Através delas, essas empresas podem captar recursos no mercado, por exemplo, para financiar projetos de expansão de suas atividades.

De forma geral, as organizações emitem debêntures para buscar no mercado um dinheiro mais barato que o dos bancos. Além disso, ao optar por este caminho, ela tem a comodidade de estabelecer as condições nas quais a dívida será quitada, casando o fluxo de pagamentos com as suas necessidades de financiamento.

Neste momento, talvez você esteja se perguntando: “Quais são as garantias por trás desses títulos”?

Bem, os CRIs são lastreados através de direitos creditórios do mercado imobiliário e os CRAs, através de recebíveis dos negócios realizados entre os produtores rurais e terceiros. Esses recebíveis englobam, normalmente, empréstimos e financiamentos relacionados a projetos do agronegócio nas fases de produção, industrialização e comercialização.

As debêntures, por sua vez, podem ser atreladas a garantias reais como bens (imóveis, por exemplo), ou direitos que não podem ser comercializados pela companhia emissora. Essas garantias, no entanto, são pertinentes a cada emissão e não necessariamente são oferecidas em todas as debêntures do mercado.

Tipos de rentabilidade

No caso dos Certificados de Recebíveis, é possível encontrar no mercado títulos com três tipos diferentes de rentabilidade. São elas:

  • Prefixada: opção na qual você sabe exatamente o quanto receberá no fim do prazo, logo ao comprar o certificado;
  • Pós-fixadas: opção na qual você tem uma estimativa do recebimento, já que algumas oscilações do mercado podem interferir na rentabilidade final;
  • Híbridas: podem combinar uma taxa prefixada e outra parte atrelar à oscilação de alguns índices econômicos como o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) e o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor).

No caso das debêntures, elas podem possuir uma rentabilidade prefixada ou pós-fixada, também associada a um indicador como o CDI e o IPCA.

Aqui, vale destacar que a rentabilidade dos títulos corporativos é potencialmente maior do que a dos títulos de tesouro ou ativos de emissão bancária, pelo simples fato de que eles possuem um risco mais elevado. Além disso, eles são isentos de IR.

E quais são esses riscos?

Nos três casos, o principal risco ao qual o investidor está exposto é o risco do crédito, que é a possibilidade de a empresa que emitiu os títulos não conseguir honrar com os seus compromissos financeiros e pagar menos do que o combinado aos investidores.

Isso ocorre por que, diferentemente de outras aplicações de renda fixa, os títulos corporativos não contam com a proteção do FGC (Fundo Garantidor de Créditos).

Outra característica desses investimentos é que eles contam com baixa liquidez, e só podem ser resgatados no final do prazo combinado. Sendo assim, é muito importante que, antes de aplicar, os investidores considerem, principalmente, o seu planejamento pessoal.

A nossa recomendação é que a alocação de parte dos recursos nesses títulos seja feita por uma parcela do capital destinado a acumulação de patrimônio de longo prazo, por pessoas que tenham alguma reserva de emergência e que estejam dispostas a mantê-los até o vencimento (o famoso buy-and-hold).

Mas afinal, vale a pena investir nesses títulos?

Para te dar essa resposta com exatidão, o mais importante é conhecer o seu perfil e entender quais são os seus objetivos com a aplicação. Investimentos dessa natureza demandam, acima de tudo, um bom conhecimento de mercado e experiência para fazer a escolha dos melhores títulos.

Observadas as condições acima, tanto as debêntures quanto os Certificados de Crédito podem ser uma excelente alternativa para acelerar a sua rentabilidade e diversificar a sua carteira.

Aqui na Lotus, contamos com uma equipe de profissionais com mais de 10 anos de experiência em investimentos e gestão de patrimônio, o apoio de toda a equipe do BTG Pactual, o maior banco de investimentos da América Latina e acesso a um portfólio diversificado, com vários prazos e emissores diferentes para aplicar seu dinheiro da maneira mais eficiente.

Vamos conversar sobre o assunto?

    Fale com a Lotus